domingo, 30 de março de 2008

Festival = frustração?

O governo do estado de Santa Catarina organiza um festival de MÚSICA e INTEGRAÇÃO. Premia com dinheiro os melhores classificados do estado, com belas quantias.

Nossa banda, que é basicamente progressiva inscreve uma música de 6 minutos, com elementos progressivos e com bastante peso.

Trace um paralelo entre as duas sentenças acima...IMPOSSÍVEL. Isso não existe.

A tradição e a pobreza cultural de nosso povo (e isso extende-se ao país) impossibilita que uma música, por mais bem tocada que seja, por melhor letra que ela tenha, seja sequer classificada numa mísera etapa regional de um concurso com "n" classificatórias (e "n" varia de 70 a infinito...). Porque? Porque o mesmo povo que é bitolado e acostumado a ouvir músicas que rimam "amô" com "elevadô", ou balbucia ae, ae, ae, uô, uô - um macaco treinado consegue mais que isso - é selecionado para ser o ilustre júri de um concurso deste. Porque, se pra cargos ou posições muito mais importantes do governo são selecionadas pessoas que não tem condições de ser síndico de condomínio, imagina pra um mero concursinho de música. Porque, ressucitando um discurso mais anarquista, o governo prefere um eleitorado analfabeto, que troque um voto por uma dentadura e permaneça banguelo o resto da vida. Daria pra perder meu domingo aqui citando os motivos que nos fizeram ser desclassificados do concurso.

Da mesma forma que nossa música não agradaria ao "público" - segundo os envolvidos na organização do concurso - minha opinião se perderia no tempo. Mas vou fincar meus pés na minha ideologia e tentar fazer música boa para 50 pessoas do que trair meus princícipios e fazer uma péssima música para 1 milhão de pessoas. A unanimidade que continue sendo burra, e as moscas que continuem comendo merda. Eu prefiro uma bela polenta com galinha.