segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sua majestade, LATRINO (ou MC Jegue).


Quero deixar manifestado aqui o meu repúdio contra a (falta de) cultura musical do povo de Tubarão. Gosto é coisa pessoal. Mas o que mais me entristece é que falta a essas pessoas um pouco de senso crítico e diferenciar o que é bom do que é porcaria, o que tem fundamento do que é descartável.
Sou engenheiro civil, tenho 34 anos e temos uma banda.
Ensaiamos semanalmente, procuramos caprichar nas execuções, escolhemos um repertório fundamentado na qualidade das músicas. Mas isso tudo resume-se a um mero capricho, uma satisfação pessoal, porque o povo daqui não absorve o que é bem feito. As casas daqui não têm interesse em apresentar coisas diferentes da tradicional (e ao meu ver deprimente) tríade "pagode-dj-bandas pop". Nem tenho muita coisa contra essas vertentes musicais, até porque são compostas por pessoas que também batalharam e merecem seu lugar. Mas é demais. É só isso!!


Tudo bem, esqueçamos que eu faço parte de uma banda. Eu necessito ouvir, apreciar, curtir música legal, boa, diferente, de qualidade. Mas o preconceito é tão grande, a ignorância musical é tão aguda que eu me sinto um alien. Eu quero ouvir ROCK'N ROLL!! Um ritmo mais antigo que todos esses que borbulham na noite tubaronense e me fazem sair por novos horizontes a procura de gente como eu, que quer ouvir guitarras, baixos, baterias, vocais enfurecidos...


E por incrível que pareça, encontro pessoas assim em cidades muito menores que a nossa vigésima cidade em qualidade de vida, como apregoam algums. Em cidades menores que o bairro de oficinas (acho que o maior bairro de Tubarão). Agradeço a Deus por ainda encontrar vida inteligente (ou pelo menos, com senso crítico mais aguçado) por aí. Agradeço como ouvinte e como parte integrante desse movimento, com minha banda, que encontra nessas cidades público interessado em curtir nosso som. Não é nada demais. É apenas uma questão de parar, ouvir e analisar e não ser acomodado e absorver o que enfiam boca abaixo e pronto. É muito mais cômodo não ter que pensar.


(Este texto está intrinsecamente ligado aos anteriores - talvez pelo fato de o autor ser o mesmo. Mas a indignação está tomando proporções assustadoras, a cada cartaz que eu leio anunciando as festas da nossa região. Por outro lado, me sinto feliz por fazer parte da minoria. Uma minoria que pensa e pode até ouvir as porcarias que estão disponíveis por aí. Mas o fazem por vontade própria e não como se fossem seres abduzidos.)